24 de julho de 2018

Lidando com a falta

Somos seres desejantes e justamente por nossos desejos nunca serem completamente sanados, continuamos a desejar. O imaginário nos faz esperar algo inteiramente da forma como sonhamos, mas a realidade nos esfrega na cara algo mais palpável, possível, que mesmo dentro de sua "perfeição" em algum nível ainda gera frustrações, e que bom, pois é dessa forma que seguimos desejando e assim, vivendo.
No entanto, para muitos essa falta é sentida de forma extremamente angustiante, buscando-se preencher tais vazios, que se tornam existenciais, a todo custo. Nesses casos, como forma de fugir da realidade que contraria, muitos encontram "objetos transicionais" que acabam sendo usados não só como mediadores de angústias entre o que há dentro de nós e o mundo externo, mas como formas de não encarar o mundo (excesso de trabalho, jogos e até mesmo de leituras, estudo, etc.).

18 de abril de 2018

Eu nunca odiei você, pelo menos não pelos motivos que eu pensava

Eu nunca odiei você, pelo menos não pelos motivos que eu pensava...
"Odiei" você por conseguir identificar em ti tudo aquilo que não enxergava em mim, sendo mais fácil fazê-lo desta forma.
Não te odiei, "odiei" as repetições relacionais, os papéis que sem querer assumiu. 

15 de abril de 2018

Um texto sobre melancolia

Ninguém gosta de perder (embora estejamos fadados à isso), e Daniel não era diferente. A primeira perda foi a de sua mãe, que quando morreu virou "santa". Depois perdeu a ideia que havia construído sobre seu pai, quando este esfregou em sua cara, sem intenção, suas faltas, ou melhor, suas falhas.
Depois disso, a vida de Daniel mudou, antes sociável e alegre, tornou-se triste, começou a se sentir fracassado e por vezes parecia se punir por algo, passou a sofrer de baixo estima, deixou até mesmo de ir à praia do litoral que tanto gostava, a Anedonia o fez parar de sentir prazer em tal.