9 de fevereiro de 2013

Herdeira


— CAPÍTULO UM — 
Aqui se faz, aqui se paga.


Sentados frente a frente ao diretor, Rebeca Bullins, e Henrique Wilians, observavam com cautela, cada gesto do mesmo. Quando o homem em fim desligou o telefone, direcionou uma de suas pálidas mãos, até sua gravata vermelho sangue e a ajeitou, em seguida, colocou suas mãos fechadas sobre a mesa, começando assim, seu rude discurso.
— É devido a alunos como vocês que a educação não sai do lugar! – Criticou, enquanto o policial que os trouxera, observava da porta. Este era um homem misterioso, um tanto antipático, não que o diretor, seu irmão, fosse diferente, porém, ele o sobressaia neste aspecto. – Seus pais já estão chegando... - Advertiu.
— A ideia foi só minha! – Argumentou a jovem na tentativa frustrada de livrar o amigo.
— Quero silêncio! – Exclamou levantando-se de sua mesa. – Agora eu estou falando! – Enfatizou virando-se para Henrique, que preocupado fitava o chão. – Olha para mim! - Ordenou.
— Marcelo, já chega!
Olhando fixamente para o irmão, o diretor voltou à sua mesa. Quando em fim desviou o olhar, observou pela janela a paisagem lá fora com um sorriso irônico em seus lábios.
— Creio que sua tarefa aqui já esta cumprida, Antônio.
— Claro! – Disse o policial que após alguns segundos de relutância, balançou a cabeça negativamente e saiu.
Pouco depois, um casal muito elegante, cruzou a porta com um ar superior. A mulher era baixa e corpulenta, seu cabelo tinha um tom de vermelho desbotado, enquanto o homem era alto, porém, sua barriga começara a cair para fora do cinto. Eram os pais de Henrique, e o motivo dos jovens amigos pouco se verem longe da escola. O casal criara uma relutância perante a amizade, causada por puro preconceito; Clarisse era uma jovem mãe solteira.
— Esperemos todos chegarem. – Pediu o diretor. No entanto, não aguardaram por muito tempo.
Ao entrar na sala, Clarisse cumprimentou a todos, lançando ainda um olhar de reprovação à filha.
— Bem, agora sim! Como já sabem, seus filhos foram pegos “matando aula”. – Disse Marcelo reclinando-se levemente em sua cadeira. – No entanto, quero propor um castigo diferente, já que não trata-se da primeira vez que isso ocorre.
— Seja o que for, eu aceito... Mesmo sabendo que meu filho, não o merece inteiramente! – Exclamou senhor Wilians enquanto sua mulher concordava.
Acuada, Clarisse nada disse.
— Ótimo! Eles ficarão encarregados da limpeza da escola após as aulas, até segunda ordem.
  ***
Na imensidão do corredor da escola que agora se encontrava vazio, Henrique e Beca seguravam suas vassouras enquanto o zelador os fiscalizava.
— Não fazem mais que a obrigação! – Resmungou.
Há mais de duas horas os dois estavam aguentando reclamações e indagações do senhor Ezequiel. Henrique, já irritado, olhava de minuto em minuto para o fim do corredor, tinha esperança que a qual quer momento o diretor sairia de sua sala para os dispensar, deste modo, não demorou até este apontar ao longe, já sendo possível observar seu sorriso cínico e presunçoso.


Prólogo:


2 comentários:

  1. gostei muito desse capítulo, mas não gostei nenhum pouco desse diretor. rs'
    precisava mesmo desse castigo todo só por que eles tavão matando aula? :3
    aqui é a katy do acesso negado :D
    http://flahkatarine.blogspot.com.br

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    1. kkkkkkkkk realmente ele é uma pessoa que me assusta kk
      Katy, adorei a nova cara do teu blog, ta beeeem legalll

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